Essa foi uma visita que meu curso superior de Publicidade e Propaganda, fizemos ao jornal de Piracicaba, foi bem legal. Na verdade esse texto foi usado como um relatório, mas gostaria de compartilhar, pois tem informações legais, e algumas podem até tirar certas duvidas do funcionamento do sistema de um jornal.
Carlos Eduardo e Fernanda nos recepcionaram por toda nossa visita ao jornal, Carlos está no jornal a mais de 22 anos, segundo ele próprio já fez de tudo no jornal só até agora não entregou o jornal, mas do resto fez de tudo, por isso conhece cada processo da produção e nos tirou todas nossas duvidas; Fernanda está há apenas dois anos e quatro meses, é revisora do jornal e responsável pelo JP na escola, que tem como o principal motivo incentivar a criança a ler o jornal.
O jornal de Piracicaba tem 108 anos, foi fundado do dia 4 de agosto de 1900, numa época onde existiam poucos jornais no Brasil, sonho realizado por 2 empresários da época, o jornal tem uma tiragem semanal de 18.000 exemplares, de domingo 28.000 exemplares, o jornal é o 16º do Brasil em tiragem per capta, e está a frente da Folha e Estadão, por motivo do tamanho da região(ou seja, o Piracicabano lê mais que o paulistano). O jornal tem 90 % de sua produção encomendada por assinantes.
Carlos disse que no passado a jornal produzia melhores produções do que muitas agências, o publicitários de antigamente sempre disseram e alguns ainda dizem, que o jornal “trava” a relação com os clientes e produção final, mas como antigamente os equipamentos eram muito caros e de difícil acesso para as agências, já hoje em dia é necessário apenas um computador e um pessoa criativa para tudo funcionar corretamente, por isso a relação tem melhorado com o decorrer do tempo, o jornal também presta serviços e tem responsabilidade por todas as agências e clientes que procuram o jornal para fazer suas próprias divulgações.
A parte de produção técnica e artística do jornal é feita por profissionais divididos em áreas de produção de texto e parte gráfica, eles utilizam os programas Corel Draw , In Disign, e Speed Check Gold, que checa a arte feita e realiza melhoras como imagens muito saturadas ou espaçamentos que podem tirar o jornal de seu padrão(realizado em segundos), o jornal trabalha apenas
O Jornal não fecha, é uma empresa 24 horas, quando um profissional sai, outro está preparando se para entrar, é como uma engrenagem, cada uma faz seu papel para poder funcionar o sistema do jornal, sendo que se um departamento falha, ou há um erro, o jornal tende a se atrasar, por isso tem de funcionar muito bem, o jornal tende a seguir segundo a lei de Murphy, se um erro é pra acontecer ele vai realmente acontecer, “Há 50 pessoas tentando achar um erro no jornal, quando ele sai no dia seguinte (já impresso) alguém fala... humm ta errado...”.
As três primeiras paginas são totalmente revisadas, quando á algum assunto urgente, ou acontece uma coisa de 1ª capa do jornal, como a morte de alguém importante, por exemplo, a dois dias atrás o jornal tinha a folha de cultura totalmente completa, mais de ultima hora veio a noticia de que o Elias dos bonecos havia falecido as 3 horas da tarde, de ultima hora foi refeita a pagina cultural totalmente, a matéria que estava pronta é arquivada e aguardada para ser divulgada posteriormente.
O jornal vive de suas propagandas, não tem como saber ao certo o nível de propagandas, mas o jornal trabalha em torno de 40% matérias e 60 % propagandas, e vice e versa (por não ser um valor fixo) , o jornal também presta serviços para terceiros ou seja, envio de propagandas como casas bahia(os encartes, promocionais etc...) que são enviados dentro dos jornais, essa propaganda não é impressa pelo jornal(mesmo por que as casas baia tem sua própria gráfica!), sendo assim ela como prestadora de serviços de divulgação,e envio dessas propagandas, recebe por esse tipo de serviço também alem de muitas vezes o propaganda também dentro do jornal, afinal o jornal vive de seu produto, e a publicidade nele investida mais as matérias que divulga destinada a seus leitores e “fãs” , em grande escala, retorna a todo o serviço prestado e investido por ele.
Há um mito que assombra a maioria dos Jornais atuais, o de que a internet venha a substituir o jornal de hoje, mas não é bem assim, assim como disseram isso do livro também, ainda a internet não é tão cômoda assim, o jornal tem sua pagina com suas publicidades e algumas matérias mas só para assinantes, este site esta pronto para ir ao ar, mais ainda á muito a se pensar sobre este assunto, pois a jornais que liberam suas noticias on-line em livre acesso, mas já estão recuando, pois perceberam que o nível de leitores caiu muito devido a este ato, mesmo os que tinham conteúdo sobre autorização se acesso com senha e login, estão repensando, pois não deu resultado, á muito a se pensar ainda, ainda é um futuro incerto mas não é para agora,a internet ainda é muito recente e nova, não há um caminho a se seguir com certeza. Se fossemos seguir essa linha de pensamento apenas existiria a internet, que “derrubaria ” a TV e tudo ao seu redor em termos de comunicação, mas sabemos que não é assim que funciona. Em um congresso da NJ( associação dos jornais), de e mesmo depois de 3 dias não concluíram nada sobre o futuro do jornal na internet, todos estão esperando e analisando muito bem qual será o próximo passo, analisando cada possibilidade.
As propagandas impressas em uma folha do jornal é vendida por centímetro, e sua localidade é o jornal quem define, uma propaganda ocupando um único lado (cheio) do exemplar custa entre R$13.000, mas varia muito da produção, se é colorida, se é o jornal quem vai produzir, e se tem conteúdo próprio para divulgação, ou até um erro grave de produção ou erros ortográficos estrondosos(é raro mas acontece...). No caso de uma propaganda tenha “caído” em um lugar que não foi do desejo do cliente, como uma propaganda de esmalte que caiu em uma folha de esporte, o cliente pode chegar a um acordo com o jornal, na maioria das vezes é chegado a um acordo, um desconto ou um núncio em um outro dia. Mesmo que uma propaganda seja comprada como preto e brando e caia em uma folha colorida, o anuncio sai em preto e branco.
O processo de impressão é feito sobre chapas de metal, depois do paginador a chapa passa por uma maquina que faz a gravação na chapa, é gravada a lazer recebe revelador, fixador , lavagem, chapa e secagem , a chapa sai pronta de um outro lado da maquina seca, essa chapa corresponde a apenas uma cor, numa folha colorida são gastos quatro chapas uma para cada cor, antigamente era feita com o mesmo processo de raios-x a chapa era muito usada mas não era colorida e esse processo foi extinto a muito tempo.
A “impressora” do Jornal de piracicaba tem 30 anos é de fabricação alemã, tem 24 unidades, tem condições de rodar 30 folhas pretas todas de uma vez só, e é a atual configuração do jornal, mais as chapas podem ser substituídas por chapas coloridas fazendo assim a folha colorida, mas a folha é rodada chapa a chapa(cor a cor), se no caso essa maquina der um problema eles tem parceiro em Sorocaba, o Cruzeiro do Sul, já chegou-se a entregar o jornal as 11:30 da manhã, apesar de serem parceiros roda-se primeiro o jornal do Cruzeiro do sul, depois o de Piracicaba, e vice e versa, tudo tem de estar funcionando perfeitamente, a um responsável pela manutenção da maquina, e por seu funcionamento, se ouve um problema na rede de computadores da produção há atraso, na impressão, é a saída do jornal , um detalhe que foi nos dado, é que o jornaleiro recebe o jornal na porta da casa dele, e de lá sai distribuindo(isso lá pelas AM 5:00).